Por Rogério Lima –
Entre os dias 9 e 12 de setembro, um grupo de 23 universitários do Paraná e de Santa Catarina visitou a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã para uma atividade de Turismo de Base Comunitária. A atividade, que envolveu estudantes do curso de Engenharia Florestal, foi realizada através de uma parceria entre o Idesam e as instituições participantes: Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC).
De acordo com o professor Alessandro Angelo (UFPR), que coordenou a atividade, a visita também envolveu outros roteiros na região amazônica, como a Zona Experimental (ZF-2) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), no Km 50 da BR- 174 (Manaus – Boa Vista) e teve como objetivo mostrar a realidade regional através de diversos pontos de vista.
“Nosso objetivo principal é buscar esse tipo de vivência, levar alunos para realidades geográficas diferentes das que eles estão acostumados no Sul do país”, afirma. “O Idesam foi escolhido pelo trabalho próximo às comunidades ribeirinhas que realiza dentro da RDS”.
Três dias de muito aprendizado
A visita dos universitários foi repleta de experiências enriquecedoras ao longo dos três dias de atividade. O grupo seguiu um roteiro elaborado pela equipe do Idesam e contou com o apoio e participação do Ceuc (Centro Estadual de Unidades de Conservação), através do gestor da RDS do Uatumã, Cristiano Gonçalves.
De acordo com Aline Radaelli, pesquisadora do Programa Gestão de Unidades de Conservação do Idesam, o roteiro foi pensado para que o grupo pudesse conhecer as principais atividades desenvolvidas na RDS, mesclando turismo e agroextrativismo. “A proposta foi proporcionar vivências vis-à-vis com as principais lideranças da reserva em suas atividades econômicas ligadas ao agroextrativismo, como os SAFs [Sistemas Agroflorestais] implementados na RDS, viveiro florestal e a trilha de extração de Copaíba”, explica.
A experiência na RDS do Uatumã
A troca de experiências foi um dos tópicos mais comentados entre o grupo. Os universitários puderam observar ao vivo conceitos antes vistos dentro do ambiente acadêmico. Felipe Caffaro, finalista de Engenharia Florestal na UFPR, havia estudado o Turismo de Base Comunitária fora do país e pode ver, na prática, o desenvolvimento do conceito na reserva. “Fico feliz que essas iniciativas estejam acontecendo e que esses exemplos possam servir de modelo para outros. Dá pra ver claramente que a vida daquelas pessoas está melhorando”, afirma ele.
Radaelli concorda: “É de extrema importância essa conexão do rico saber tradicional com o conhecimento científico das universidades quando baseados na extensão rural”.
A RDS do Uatumã já está se organizando e encontra-se aberta para realizar parcerias também para o turismo científico. Esse tipo de turismo contempla várias atividades dentro da reserva, como coleta de sementes, extração de copaíba, manejo florestal, entre outros.
Universitários conversam com José Monteiro, morador da RDS do Uatumã,
sobre o Sistema Agroflorestal implantado em sua propriedade.
>> Experiência na Amazônia mostra potencial do turismo de base comunitária
Após vivenciar os atrativos naturais que a RDS do Uatumã tem a oferecer e aprender diretamente com a sabedoria dos moradores, os universitários se mostraram ansiosos para voltar à Amazônia. “Achei fantástica a estrutura da RDS do Uatumã e o trabalho que o Idesam vem fazendo aqui”, disse Hilana Hadlich, também da UFPR. “Pretendo voltar para trabalhar com as comunidades e aprender ainda mais com eles”.