Semana de combate aos agrotóxicos encerra com feira de orgânicos

Por Marina Yasbek, pesquisadora do Idesam

Entre 28 de novembro e 3 de dezembro, diversas atividades ocorreram, em todo o Brasil, com o objetivo de despertar a sociedade para o debate acerca dos impactos do uso dos agrotóxicos, foi a Semana Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos.

Atualmente o país está no ranking como o segundo país que mais consome agroquímicos no mundo (cerca de 7,2 litros por ano/pessoa). Somado a isso, o Amazonas sofre com a dependência de abastecimento de outros Estados, para a maioria de gêneros agrícolas.

Ainda que em número reduzido, existem produtores orgânicos em Manaus e nos municípios do interior. Mas fica a questão: Onde eles comercializam seus produtos? Essa produção é suficiente? O consumidor está disposto a pagar um pouco a mais pelo produto orgânico?

Durante essa semana, o Ministério Público Estadual, em articulação com a Rede Maniva de Agroecologia e seus parceiros, realizaram uma série de atividade sobre o tema, discutindo os malefícios sociais e ambientais do uso indiscriminado de agrotóxicos.

Entre os destaques, podemos acentuar os espaços para exposição de produtos e doação de materiais em feiras de produtos orgânicos e de origem da agricultura familiar. A oferta desses produtos, bem como a colaboração das instituições sobre os processos de certificação legal, tem progredido à medida que a demanda por isso ganha força, a nível mundial. E vice-versa.

O estado tem um imenso potencial para suprir seus centros urbanos com alimentação de qualidade, aliada à conservação ambiental e à geração de renda.

A sociedade anseia por modelos produtivos que representem ganho de bem estar e de progresso social concreto.

Nesse sentido, também a agroecologia carrega inerentemente uma postura política de transformação social, autonomia popular e garantia da soberania alimentar e conservação ambiental, dimensões/conquistas que incrivelmente ainda estão ameaçadas no século 21.

Além de contribuir para a idealização e organização do evento, o Idesam colaborou com sementes de adubos-verdes e cartilhas diversas sobre práticas de agricultura orgânica e extrativismo, além da exposição do Café Apuí Agroflorestal, um dos produtos pioneiros em seu nicho (foto). E cada vez mais reforçamos nossa atuação nessa luta.

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