Estudo do Idesam levanta potencial de US$ 102 milhões em serviços ambientais no AM

[:pb]A análise leva em consideração os municípios de atuação do projeto Cidades Florestais

 

Por Henrique Saunier

Foto: Luiz Rocha

 

Até 2030, as cadeias produtivas florestais fomentadas pelo projeto Cidades Florestais têm um potencial de captação de 102,6 milhões de dólares em serviços ambientais, conforme projeção de estudo lançado pelo Idesam no final de 2019. O valor equivaleria a um incentivo de 5,50 dólares por hectare de floresta conservada pelo projeto, mas a pressão do desmatamento ainda é um desafio para que esses resultados se tornem uma realidade.

Os valores foram quantificados pelo estudo “Oportunidades dos Serviços Ambientais para as Cadeias Produtivas Florestais do Amazonas”, que considera as localidades onde o Cidades Florestais atua no Amazonas, como os municípios de Apuí, Boa Vista do Ramos, Carauari, Lábrea, São Sebastião do Uatumã e Silves. Todo o conteúdo do levantamento pode ser acessado na íntegra nesse link.

A análise aponta a política de Serviços Ambientais do Amazonas como uma possibilidade concreta para que empresas, organizações e atores relacionados aos mercados de carbono invistam no Estado. Isso significa que o Amazonas poderia receber pagamentos pelos serviços ambientais prestados por suas florestas.

Mas para que esse potencial se concretize é fundamental integrar esforços em diferentes frentes para garantir a conservação florestal e a redução das taxas de desmatamento em regiões críticas, como o Projeto de Assentamento Rio Juma e os municípios de Lábrea e de Apuí, onde estão concentrados a maior parte do desmatamento do Estado do Amazonas.

“Os serviços ambientais são importantes ativos que podem ajudar a alavancar novos modelos econômicos em Estados e regiões da Amazônia. A valoração destes serviços passa, primeiramente, pela estruturação de um sistema de monitoramento e contabilidade dos resultados atingidos, assim como de um mecanismo de distribuição de benefícios que reconheça e remunere diferentes atores que contribuem para a conservação das florestas e para o fomento a atividades produtivas sustentáveis”, destaca Pedro Soares, gerente de mudanças climáticas e REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) do Idesam.

Nos últimos anos, o Idesam tem participado de discussões e avaliações para a estruturação de um Sistema Estadual de REDD+ (SisREDD+), integrado à Política Estadual sobre Serviços Ambientais do Amazonas. Estas políticas, futuramente, poderão beneficiar Unidades de Conservação Estaduais e Federais, Assentamentos Rurais, Municípios e Terras Indígenas.

Os resultados do estudo apoiarão a implementação destas políticas, uma vez que trazem informações sobre a dinâmica do desmatamento e potencial de geração de serviços ambientais em diferentes regiões e por diferentes atores.

“O objetivo principal do estudo foi o de conectar as cadeias produtivas de base florestal no Estado do Amazonas com o potencial de geração de serviços ambientais. Em resumo, o manejo florestal sustentável deve ser analisado como uma estratégia para geração de renda e manutenção da floresta em pé. Associar pagamentos por serviços ambientais ao manejo florestal comunitário pode ajudar a viabilizar a estruturação de novos negócios que promovam o desenvolvimento de comunidades, a proteção das florestas e a mitigação das mudanças climáticas”, ressalta o gerente do projeto, André Vianna.[:en]The analysis takes into account the municipalities where the ‘Cidades Florestais’ Project takes place

 

By Henrique Saunier
Translated by Felipe Sá
Photo: Luiz Rocha

 

By 2030, the forest production chains fostered by the ‘Cidades Florestais’ (Forest Cities, in English) Project have the potential of attracting US$102.6 million in environmental services according to a forecast from a study published by Idesam at the end of 2019. The amount would be equivalent to an incentive of US$5.50 per hectare of forest conserved by the project, but the pressure of deforestation is still a challenge to make these results become reality.

These estimates were made by the study “Opportunities that Environmental Services provide to the Amazonas’ Forest Production Chains” which considers the places where ‘Cidades Florestais’ has operations in the state of Amazonas, such as the municipalities of Apuí, Boa Vista do Ramos, Carauari, Lábrea, São Sebastião do Uatumã and Silves. The complete research (available in Portuguese) can be accessed here.

The analysis points to the Amazonas’ Environmental Services policy as a concrete opportunity for companies, organizations and actors related to carbon markets to invest in the state. That means that Amazonas could receive payments for the environmental services provided by its forests.

But for this potential to become reality it is fundamental to integrate efforts on different fronts to ensure forest conservation and reduction of deforestation rates in critical regions, such as the Juma River Settlement Project and the municipalities of Lábrea and Apuí, where most of the deforestation of the state of Amazonas takes place.

“Environmental services are important assets that can help leverage new economic models in the Amazon’s states and regions. The valuation of these services involves, initially, the structuring of a monitoring and accounting system of the results achieved, as well as a benefit distribution mechanism that recognizes and remunerates different actors that contribute to the conservation of forests and the promotion of sustainable productive activities”, highlights Pedro Soares, Idesam’s Climate Change and REDD+ (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation) manager.

In recent years, Idesam has been taking part in discussions and evaluations for the structuring of a REDD+ State System (SisREDD+) integrated with the Amazonas’ State Policy on Environmental Services. These policies may in the future benefit state and Federal Conservation Units, Rural Settlements, Municipalities and Indigenous Lands.

The results of the study will support the implementation of these policies as they provide information on the dynamics of deforestation and the potential for generating environmental services in different regions and by different actors.

“The main goal of the study was to connect forest-based production chains in the state of Amazonas with the potential for generating environmental services. In short, sustainable forest management should be analyzed as a strategy for income generation and keeping the forest standing. Linking payments for environmental services to community forest management can help make it possible to structure new businesses that promote community development, forest protection and climate change mitigation”, emphasizes the manager of the Project, André Vianna.[:]

0 Comments

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *