Conheça o Café Apuí: o primeiro café agroflorestal sustentável da Amazônia Brasileira

Cultivo em sistema agroflorestal gera renda para mais de 30 famílias e mantém a floresta de pé
Raquel Setz
Foto: Idesam
15 de Junho de 2023 às 08:08

Café na xícara e floresta em pé: assim é a produção do Café Apuí Agroflorestal, no município de Apuí, no sul do estado do Amazonas. Desde a década de 1980, o café já era cultivado na região, mas nos anos 2000, começou a entrar em declínio. Foi então que aconteceu a parceria com a ONG Idesam, que propôs um jeito diferente de cultivo.

Maria Bernadeth Diniz da Silva é produtora rural e faz parte do projeto desde 2013. De lá pra cá, muita coisa mudou no cafezal dela. O depoimento que a gente ouve agora foi fornecido pelo Idesam, que gavou a entrevista com Maria Bernadeth em 2019.

“Eu tinha o plantio de café, mas não sabia cuidar. Eu só tirava. Não sabia podar, desbrotar. Eu só deixava. Roçava ele e mexia com café, porque eu tinha medo de estragar. Dava café, mas dava pouquinho. O ano todo eu tirava 60 latões. Hoje, esse ano eu tirei 200 latões”.

O aumento da produtividade foi aliado à preservação do meio ambiente: os adubos químicos foram substituídos por biofertilizantes, os pesticidas deram lugar a armadilhas feitas com garrafa pet, e os produtores deixaram de usar fogo para abrir novas áreas de cultivo.

Mas a principal mudança foi a introdução de árvores no meio do cafezal. As raízes profundas ajudam a trazer água para o solo, e isso elimina a necessidade de irrigação. Os galhos e folhas fornecem sombra que ajuda os grãos de café a maturarem no tempo certo, além de servirem de adubo, como explica Marina Yasbek Reia, coordenadora técnica do projeto Café Apuí:

“A árvore é uma fábrica viva de adubo. Além das árvores madeireiras e de óleos que eles gostam, a gente planta muito ingá. Porque o ingá é uma das árvores que você pode podar de meses em meses e não tem tempo ruim pra ela. Não tem sol forte, não tem muita chuva. Ela está ali crescente, gerando biomassa, sombra. E a ideia no sistema é que o homem é o manejador. Eu vou podar quando tiver que podar, eu vou desbastar, eu vou às vezes sacrificar uma muda em detrimento de outra, e não tem problema, porque isso vai ser reaproveitado. A gente é o arquiteto”.

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