Com preservação da floresta e viabilidade financeira, negócios mostram potencial da sociobioeconomia na Amazônia

Em live especial para marcar o Dia da Amazônia, comemorado neste 5 de setembro, o Um Só Planeta ouviu relatos de quem faz produtos na região com efeito sociais e ambientais positivos

Veículo: Um Só Planeta
Data: 05/09/2023
Foto: Eduardo Maia/Agência O Globo

Buscar o crescimento econômico em detrimento do meio ambiente vinha sendo uma estratégia de desenvolvimento míope – levando biomas à beira da degradação irreversível ao passo em que promovia avanços sem, contudo, pensar no futuro do Planeta. Mas há iniciativas mostrando que existem alternativas plenamente eficazes para a devastação, e sem abrir mão da sustentabilidade financeira.

Na Floresta Amazônica, por exemplo, diversos negócios têm provado que reduzir a desflorestação e descarbonizar a economia não só contribuem para manter a floresta em pé, mas também para transformar a região em uma bioeconomia pujante, com milhões de dólares em jogo capazes de contribuir para as comunidades, as empresas e a natureza.

Um estudo recente conduzido pelo World Resources Institute (WRI) e pela New Climate Economy concluiu que a preservação da floresta, a transição para práticas agrícolas de baixo carbono e o reforço da bioeconomia gerariam R$ 40 bilhões adicionais ao PIB anual na região da Amazônia Legal – transformação que também geraria 312 mil empregos adicionais, beneficiando particularmente as comunidades negras e indígenas.

Já o cenário de “business as usual”, baseado nas tendências de desmatamento e emissões dos últimos 10 anos, levaria a danos ambientais irreparáveis, ao colapso econômico e ao fracasso no cumprimento das metas de redução de emissões, deixando o destino do país em jogo. Por isso, é fundamental, e urgente, mudar esse cenário.

E é justamente isso que estão fazendo negócios locais e iniciativas que estão construindo uma nova economia incentivando práticas positivas para a região e seus povos na região amazônica. E eles ainda contribuem para deixar os produtos da sociobioeconomia amazônica mais próximos dos consumidores de todo o Brasil. Alguns desses negócios participaram nesta quinta-feira (5 de setembro) de uma live especial do Um Só Planeta em homenagem ao Dia da Amazônia.

ara Sarah Sampaio, diretora executiva da Amazônia Agroflorestal, responsável pelo primeiro café agroflorestal produzido de forma sustentável na Amazônia brasileira, iniciativas como essa mostram como é possível, ao mesmo tempo, gerar renda para famílias de agricultoras e agricultores em Apuí, no Amazonas, e recuperar áreas desmatadas.

“Estamos aqui para contar uma outra história, de alternativa para essas pessoas. Entender o que eles precisavam e ajudá-las, junto com o apoio à floresta em pé. Começamos com algumas poucas famílias que toparam esse desafio com a gente. Porque, afinal, além de produzir de maneira sustentável, isso tem que valer a pena financeiramente para essas pessoas. E foi aí que criamos a Amazônia Agroflorestal, para garantir a compra a preço justo do café produzido por essas famílias. Fomos construídos por muitas mãos, e somos muitas mãos para fazer essa cadeira funcionar”, explicou ela.

Mariano Cenamo, cofundador do Idesam, que busca promover uma nova economia de base inclusiva e sustentável na Amazônia, e CEO da AMAZ, aceleradora e investidora de negócios de impacto, diz que não é fácil contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população, para o desenvolvimento socioeconômico, a conservação ambiental e a mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Mas é necessário – e o Brasil sabe como fazer.

“Sempre nos questionamos o quão difícil é transformar projeto em um negócio, com metas, com sustentabilidade financeira. Os desafios são muitos. Mas o principal passa por uma simples decisão política. Quando falamos de decisão pró-ambiente, pró-Amazônia, hoje estamos tendo a oportunidade única de tomar essa decisão sem ser contrário ao desenvolvimento econômico. Hoje, essa junção é possível. Mas precisamos aproximar um pouco mais o discurso da prática”, define ele.

Leia a matéria completa AQUI.

0 Comments

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *