“Ciência em Pauta” entrevista: Carlos Gabriel Koury

Por Alessandra Karla Leite, do Ciência Em Pauta

Para comemorar os dez anos do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), estão sendo promovidas várias ações para chamar a atenção da sociedade sobre o uso dos recursos naturais sustentáveis.

Carlos Gabriel Koury, atualmente secretário executivo da organização, conversou com o CIÊNCIAemPAUTA sobre o Instituto, os projetos e perspectivas para os próximos anos.

CIÊNCIAemPAUTA: O Instituto está presente em quantos municípios?

Carlos Gabriel Koury: O Idesam atua diretamente em sete municípios do Amazonas, mas também está presente em outras unidades por meio das políticas públicas que podem influenciar na melhoria e no desenvolvimento sustentável no interior do Estado, abrangendo todos os municípios, oferecendo uma série de possibilidades. Os resultados desse trabalho trouxeram visibilidade ao Instituto para atuar em outros Estados como o Amapá, em um programa de extensão florestal, além de Rondônia.

CIÊNCIAemPAUTA: Faça uma avaliação geral desses dez anos de atuação, especialmente no campo do desenvolvimento social.

CGK: Nesse período o Idesam se desenvolveu e se consolidou. Temos dado pequenos exemplos do que é possível, com a sustentabilidade na produção florestal e agropecuária, e na produção pesqueira. Também temos contribuído sempre com a filosofia de levar esses exemplos para fomentar políticas públicas. Fazemos essa ponte do campo para os governos e voltamos para que essas políticas possam ser implementadas mais adequadamente nas comunidades locais. 

CIÊNCIAemPAUTA: Como foi o processo de elaboração do concurso Jovens Empreendedores Florestais e quais os resultados alcançados?

CGK: O Concurso Jovens Empreendedores Florestais vem de um projeto com o mesmo nome, no qual buscamos incentivar comunitários do interior a olharem a floresta como oportunidade de negócio. Fizemos diversas mobilizações e sensibilizações e colhemos bons resultados. Bons projetos foram enviados com uma correlação entre alunos de ensino médio, graduação e mestrado. O concurso mostrou que tem muita gente pensando em olhar a floresta como uma forma de geração de renda e desenvolvimento social. 

CIÊNCIAemPAUTA: Que tipos de projetos foram enviados e o que é considerado viável?

CGK: Um dos projetos  mais interessantes foi o de aproveitamento do resíduo do ouriço da castanha. Ele veio do município de Lábrea que é o segundo maior produtor de castanha do Estado. Então, é visível no cenário deles um resíduo que fica acumulando sem destinação. Eles visualizaram uma destinação paisagística para esse resíduo, para uso em jardins e outros lugares. Foi uma conexão de saberes a partir de um problema, a partir da gestão dos resíduos sólidos que vão gerar oportunidade de renda.

CIÊNCIAemPAUTA: Como esses projetos são recebidos nos municípios e quais as expectativas para o Idesam nos próximos anos?

CGK: Os projetos são muito bem recebidos, especialmente por causa da qualidade, já que levamos conhecimento, assistência técnica, fontes de sustentabilidade que diminuem as cadeias produtivas, aperfeiçoa os resultados, melhora os rendimentos para as pessoas geram menos insumos. Isso tem nos dado um ótimo resultado em todas as temáticas em que o Idesam atua. A proposta agora é escalonar todos os nossos pequenos exemplos para as gestões municipais. Nossas linhas de atuação estão todas voltadas para que o grande maestro do desenvolvimento local sustentável seja o próprio município.

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