Carbono, madeira e agrofloresta: modelos de negócio para reflorestar

Data: 03/10/2023
Veículo: Capital Reset
Foto: Divulgação

Do fornecimento de sementes e mudas aos riscos de invasão e incêndio, desenvolvedores de projetos de reflorestamento discutem a economia do restauro.

As lideranças de três das principais desenvolvedoras de projetos de reflorestamento falaram dos seus modelos de negócios no segundo painel do Reset Conecta, que reuniu em São Paulo, ontem, alguns dos principais atores dessa agenda.

Plínio Ribeiro, CEO da Biofílica Ambipar, Valmir Ortega, sócio da Belterra, startup de sistemas agroflorestais impulsionada pelo Fundo Vale, e Thiago Picolo, CEO da Regreen, discutiram os desafios para estruturar cadeias de fornecimento, desenvolver tecnologias e financiar a atividade, além do papel dos créditos de carbono para escalar o reflorestamento.

Na sequência do painel, Mariano Cenamo, cofundador do Idesam e CEO da aceleradora Amaz, trouxe o caso do Café Apuí como exemplo dos desafios práticos do restauro e da necessidade de ter presença no território, envolvendo as comunidades locais e criando uma atividade econômica que seja uma alternativa real à pecuária ou agricultura de baixa produtividade.

(…)

Presença no território e impacto social

  • Mariano Cenamo, CEO da aceleradora de negócios de impacto Amaz e cofundador do Idesam, destacou a necessidade de os negócios de restauro terem presença nos territórios. “Você não abre edital e sai contratando gente para plantar floresta de noite para o dia. Envolver as pessoas locais é uma estratégia de altíssimo sucesso.”
  • Ele trouxe o caso de sucesso do Café Apuí, apoiado pelo Idesam: são 83 famílias que fornecem o café, com meta de adicionar mais 160 famílias até 2026. “Vamos plantar 500 hectares até 2026. É uma escala pequena, mas nós não estamos só querendo plantar floresta. Estamos querendo fixar um agricultor que está todo ano pensando se ele abre um, dois, três, quatro hectares de floresta para plantar mais pastos ou se ele tenta captar financiamento para intensificar sua atividade de baixa produtividade.”
  • O café está gerando dez vezes mais renda que a pecuária. “O hectare de pastagem gera em torno de R$ 600 a R$ 700 por ano. Nós estamos conseguindo gerar R$ 7 mil até R$ 8 mil, ainda com baixa produtividade.”

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