APP ‘Cidades Florestais’ ajuda produtores a organizar custos e negociar melhores preços de produtos amazônicos

[:pb]Comunidades beneficiadas pelo projeto já recebem treinamento para usar app

 

Por Comunicação Idesam
Foto: Arquivo Idesam/Rodrigo Duarte

 

Saber a procedência e origem de um produto adquirido no mercado é um dos principais diferenciais no segmento voltado ao consumo consciente, que abocanha cada vez mais uma fatia do mercado eco-friendly. Acompanhando essa tendência mundial, o Idesam está desenvolvendo o aplicativo “Cidades Florestais”, que além de permitir ao consumidor rastrear todos os passos da cadeia de produtos florestais madeireiros e não madeireiros, vai ajudar os extrativistas na organização de seus custos e negociação de preços mais justos.

O aplicativo está em fase de testes e já foi inserido nas ações de campo do projeto, tendo previsão de lançamento oficial em julho de 2019, quando estará disponível de forma gratuita. “Além da rastreabilidade, um importante recurso do aplicativo para os extrativistas é a possibilidade de registrar os custos de produção de cada etapa produtiva da cadeia de produtos florestais. Assim, o extrativista poderá gerenciar os custos de sua produção e ter informações para negociar o valor de venda de seu produto”, explica André Vianna, gerente do projeto Cidades Florestais, apoiado pelo Fundo Amazônia.

Esta estratégia de posicionamento e diferenciação no mercado, trazendo a identificação precisa de origem e outras informações importantes, segue o exemplo de mercados de produtos de origem vegetal consagrados, como as vinícolas francesas, que têm sua qualidade reconhecida no mundo inteiro. No caso dos produtos e ingredientes da Amazônia, a identificação da origem pode trazer vantagens ainda maiores, como propriedades funcionais exclusivas daquela espécie vegetal e local específico de coleta. Pelo menos é o que aponta o coordenador-técnico do projeto Cidades Florestais, Matheus Pedroso.

Para poder ter acesso às informações, o consumidor poderá ler por meio de seu aparelho smartphone o QR code impresso no rótulo dos produtos comercializados através da Vitrine Virtual. “Este acesso poderá permitir que o consumidor visualize em qual local ocorreu a produção, qual associação ou cooperativa responsável, quanto e quando foi produzido, quais pessoas fizeram parte daquele processo produtivo”, adianta Pedroso.

Todas as informações serão coletadas pelos próprios extrativistas e pelas usinas apoiadas pelo projeto, que dá nome ao aplicativo para celular, Cidades Florestais. É importante destacar, que o aplicativo poderá funcionar em modo off line, atendendo assim regiões onde não existe sinal de rede celular. A coleta de informações acontece em duas interfaces diferentes; uma delas é a interface do produtor, onde é possível registrar todo o percurso da atividade com o GPS do dispositivo e também os gastos relativos àquela atividade. Nesta interface para cada coleta de produtos, como a andiroba, é gerado um código de rastreabilidade que é utilizado posteriormente.

Assim que inseridos os dados no aplicativo, pelo produtor extrativista, a informação é transmitida para a interface da usina de extração de óleos. “Utilizamos os dados coletados pelo produtor e inserimos no sistema, interligando as informações e permitindo a identificação de quais produtores entregaram determinada matéria-prima. Também é possível inserir as informações de produtividade, geração de resíduos e perdas decorrente do processo, fornecendo à usina, de forma sistematizada, informações extremamente importantes na gestão de seus processos produtivos”, explica Pedroso.

De maneira mais detalhada, todo esse processo serve para que o consumidor possa encontrar informações importantes na embalagem, como o código de lotes de matéria-prima utilizada, mapa interativo, nome dos produtores responsáveis e data de fabricação.

O Idesam está executando treinamentos do uso do aplicativo – desenvolvido em parceria com a empresa de tecnologia Mazy – em todas as organizações beneficiadas e acompanhará remotamente a utilização do aplicativo, por meio da plataforma Cidades Florestais.  Um dos treinamentos do uso do aplicativo foi realizado em abril na RDS do Uatumã, quando foram mapeadas mais de 108 árvores de copaíba e coletadas 65 amostras identificadas de óleo resina.

Sobre o ‘Cidades Florestais’

Iniciado em 2018, o projeto Cidades Florestais tem como propósito promover a economia florestal de municípios do interior do Amazonas. Esta promoção se dá por meio do fomento a cadeias produtivas florestais, madeireiras e de óleos vegetais, de comunidades e famílias dos municípios: Apuí, Carauari, Itapiranga, São Sebastião do Uatumã, Silves, Lábrea e Boa Vista do Ramos.

As ações do projeto são desenvolvidas pelo Idesam, com apoio do Fundo Amazônia /BNDES, sendo que, atualmente, 12 organizações sociais participam das ações, que incluem: a implantação de plataforma digital e aplicativo de apoio à gestão da produção comunitária; elaboração de Planos de Manejo Florestal e assistência técnica, até a comercialização da produção; implementação de novos equipamentos e maquinários para a atividade florestal; além da instalação da Rede de Óleos da Amazônia, com a construção de duas novas mini usinas de extração de óleos vegetais e apoio estrutural e gerencial a outras três usinas já existentes.[:]

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