[:pb]Café é alternativa sustentável contra avanço da pecuária na Amazônia[:en]Agroforestry-grown coffee gives Amazon farmers a sustainable alternative[:]

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Estudos mostram que sistemas agroflorestais diminuem o impacto das mudanças climáticas sobre a produção do café

Publicado originalmente em Ecoa
Por Sibélia Zanon
Foto: Henrique Saunier

Depois de quase desistir dos cafezais, os produtores de café de Apuí, no sul do Amazonas, encontraram no sistema agroflorestal um novo modelo de produção que gera renda e mantém a floresta em pé. Apuí, uma das principais frentes de avanço da pecuária na Amazônia, está entre os dez municípios com a maior taxa de desmatamento na região.

Introduzido em 2012 com apoio do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), o Café Apuí Agroflorestal é o primeiro café do Amazonas cultivado de forma agroecológica. Não só evitou que o pasto da pecuária tomasse conta dos antigos cafezais como dobrou a produtividade na região.

Quando o Idesam lançou o projeto, a produção dos agricultores da região rendia em média 8 sacas por hectare, muito inferior ao potencial do município. Atualmente, a colheita média dos produtores é de 15 sacas, podendo chegar a 25 por hectare. “Hoje a gente tem 30 famílias, que cultivam 50 hectares de café em sistema de agrofloresta. Mas o potencial é gigantesco”, diz Marina Yasbek Reia, líder do Projeto Café Agroflorestal Apuí do Idesam.

“A gente colhia pouco e vendia barato, não sobrava quase nada. Agora, a gente vende com o valor agregado e dá para melhorar um pouco. Dá para comprar insumos para trabalhar na lavoura e comprar as coisas para dentro de casa: uma geladeira, um fogão”, conta Ronaldo de Moraes, um dos produtores que integram o projeto. “Eu tô contente. Tem muita gente que trabalha com esse mesmo projeto e tá todo mundo contente. Dá um dinheirinho, né? Dá um pouco de trabalho, mas compensa muito.”

Nas lavouras abandonadas, a oportunidade

Localizado às margens da Rodovia Transamazônica, próximo à divisa com Rondônia, Apuí foi constituído município em 1987, em meio aos projetos desenvolvimentistas implementados durante o período da ditadura militar no Brasil. Cinco anos antes, havia sido criado na região o Projeto de Assentamento Rio Juma, o maior da América Latina na época.

Colonos de diversas áreas do Brasil foram atraídos para a região sob o pretexto de ocupar grandes extensões de terras livres. A primeira corrente migratória veio do Paraná e foi seguida por moradores dos outros estados da região Sul do Brasil.

Muitos colonos eram familiarizados com a lavoura de café e levaram para o novo local a antiga prática do plantio convencional em sistema de monocultura, a pleno sol e com uso de agrotóxicos. Durante cerca de 20 anos, Apuí teve uma boa produção de café. Mas a degradação do solo fez os produtores começarem a abandonar os cafezais por volta de 2012. “Sem o aporte de insumos, sem assistência técnica constante e, principalmente, sem tecnologias tropicais ou mais amigas do clima da Amazônia foi havendo um grande desgaste do solo”, conta Marina. “Nossos solos são ácidos, então se você não trabalhar o solo, você não vai tirar café daqui”.

Quando os técnicos do Idesam chegaram ao local, viram que existia uma oportunidade. A floresta havia crescido em meio às lavouras abandonadas, fornecendo matéria orgânica ao solo e sombra ao fruto — o cafeeiro é uma planta que se adapta bem à pouca luz. Como resultado, os cafezais abandonados apresentavam uma qualidade superior à daqueles cultivados no método convencional.

Surgiu, assim, a ideia de criar em Apuí um modelo de lavoura cafeeira baseada no sistema agroflorestal (SAF), onde um cultivo agrícola é desenvolvido em consórcio com outras espécies vegetais. Inicialmente, cada produtor recebeu apoio para a recuperação de 1 hectare de cafezais, o que incluiu a distribuição de 10 mil mudas de espécies amazônicas nos dois primeiros anos. Entre elas havia árvores das quais poderia ser extraída a madeira, como jatobás e mognos, e também espécies cujos frutos e sementes poderiam ser coletados e comercializados — entre eles cacau, açaí, castanha-do-brasil, andiroba e copaíba. Dessa forma, os produtores poderiam obter uma renda adicional à da produção do café.

Projetos desenvolvidos na região também ajudam a fomentar outras cadeias produtivas. É o caso do Cidades Florestais, desenvolvido pelo Idesam com apoio do Fundo Amazônia. Voltado para a produção de óleos essenciais e vegetais, o projeto instalou seis miniusinas de extração de óleos em municípios do interior do Amazonas. Uma delas foi recém-inaugurada em Apuí e poderá apoiar os produtores de café que cultivarem em suas agroflorestas espécies como andiroba, copaíba ou outras plantas aromáticas.

Atualmente o Projeto Café Apuí Agroflorestal conta com a parceria de três ONGs internacionais: a WWF, a WeForest e, recentemente, a reNature. Com o aporte financeiro de 300 mil euros feito em outubro pela reNature, o objetivo é expandir o projeto, agregando até 200 agricultores familiares nos próximos três anos. Atualmente, o produtor que adere à iniciativa recebe acompanhamento técnico constante e subsídios que podem chegar a R$ 15 mil na forma de insumos, mudas, maquinário e serviços. O objetivo do Idesam é tornar o projeto autossuficiente, fazendo com que a venda do café produzido possa cobrir os investimentos — hoje feitos com recursos a fundo perdido pelos parceiros do terceiro setor.

A cadeia produtiva do Café Apuí conta com o apoio de uma associação que congrega os produtores, um viveiro legalizado que fornece mudas nativas, e um torrefador local que torra, mói e embala o café. Para que a bebida chegue até a xícara do consumidor final foi criada a startup Amazônia Agroflorestal, responsável pela captação de investimentos e pela comercialização. O Café Apuí já circula por diversos estados brasileiros, com maior penetração no Amazonas e em São Paulo, e foi exportado pela segunda vez para a empresa holandesa de cápsulas de café Euro Caps.

Cafezal socioambiental

“Queremos crescer, mantendo a conexão com a paisagem. Vamos levar o projeto para mais famílias, mas com a agrofloresta queremos fazer corredores que interliguem os fragmentos [de mata]. Isso é muito importante”, conta Marina. Entre os benefícios do plantio em SAF estão a proteção da biodiversidade, o enriquecimento do solo, a redução da erosão, a preservação da qualidade da água e a diminuição dos efeitos das mudanças climáticas.

“A terra ficou mas rica”, afirma o produtor Ronaldo. “No [plantio] convencional, a gente batia o veneno para fazer a limpeza. Aí já estava prejudicando a terra que ficava sempre limpa, não tinha aquela cobertura seca, a compostagem natural. Então, as raízes da planta ficavam expostas ao sol. Hoje as raízes ficam cobertas debaixo daquela mata seca que segura mais umidade. O café fica mais bonito e a produção é um pouco maior.”

Investir no desenvolvimento social dos pequenos produtores rurais de Apuí, segundo Marina, do Idesam, é uma forma de resistir ao avanço da pecuária. Apuí figura entre os municípios que mais queimam e desmatam na Amazônia. Segundo dados do Inpe, foram 837 focos de incêndio entre janeiro e julho de 2020, a maior incidência dos últimos 10 anos — em julho, foi o município que mais queimou na Amazônia Legal. Em 2019, esteve entre os dez municípios mais desmatados da região.

“As famílias deveriam ter condições mínimas de permanecer na terra porque permanecendo na terra elas são um fator de conservação”, explica Marina. “Se elas saem da terra, o que vem ali fatalmente é a grilagem, o desmatamento para pasto extensivo. E aí vem a tragédia, a tristeza que está acontecendo aqui no sul do Amazonas, no Apuí, como uma nova frente de desmatamento. Os grileiros vão emendando várias áreas, vão juntando lotes pequenos, derrubam e fazem pasto.”

Agrofloresta diminui impacto das mudanças climáticas

Não é novidade que as mudanças climáticas deverão gerar forte impacto na produção de café. Estudo de 2015 prevê que o aumento na temperatura e a mudança nos padrões das chuvas diminuirão a produtividade do café arábica (Coffea arabica) no mundo, reduzirão a qualidade e aumentarão a pressão de pragas e doenças.

Ao analisar regiões produtoras de café em Minas Gerais e Espírito Santo, estudo publicado este ano por pesquisadores da Wageningen University, na Holanda, e da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, concluiu que as mudanças climáticas podem ocasionar grande perda de área propícia para a produção de café arábica até 2050. A pesquisa mostra, no entanto, que a perda pode ser reduzida com a utilização de sistemas agroflorestais.

“O café arábica produz adequadamente em uma faixa muito estreita de temperatura, numa média anual entre 18 e 23 graus Celsius”, diz Lucas de Carvalho Gomes, um dos autores da pesquisa e doutorando da UFV. “No entanto, o plantio de árvores consorciadas com o café cria um microclima que pode diminuir as temperaturas máximas em até 5 graus. Além de modificar o microclima, as árvores também aumentam a provisão de serviços ambientais, como a polinização e o controle natural de pragas, e também ajudam a reciclar nutrientes através da deposição de folhas e galhos no solo.”

Também o café robusta (Coffea canephora), mesma espécie do café Apuí, é sensível às alterações de temperatura. Estudo publicado na revista “Global Change Biology” baseou-se na observação de produtividade de quase 800 fazendas de café no Sudeste Asiático ao longo de 10 anos e sugeriu que a temperatura ideal para o robusta é de 20,5 graus Celsius. Temperatura mais alta significa rendimento menor para a variedade que representa 40% do café mundial.

Sendo as duas variedades de café sensíveis às mudanças climáticas, o plantio em sistemas agroflorestais ganha cada vez mais respeito. Não é a toa que a Nestlé, por meio da Nespresso, vem investindo desde 2014 numa parceria com o coletivo de empreendedores Pur Project para a implementação de plantios agroflorestais com cafeicultores.

No Brasil, maior produtor mundial de café, a grande maioria das plantações segue o padrão da agricultura convencional, com cultivo a pleno sol. “A produção de café em SAFs requer do agricultor um cuidado maior com a quantidade de insolação que as plantas de café recebem em determinadas épocas do ano. Como a insolação em determinado local depende da latitude, cada sistema deve ser desenhado de acordo com as características da propriedade e das espécies florestais que o agricultor deseja usar”, comenta Lucas, da UFV. “O desconhecimento por parte de muitos cafeicultores sobre as práticas que levam ao sucesso da produção de café em SAFs também é um empecilho para a expansão dos SAFs no Brasil.”

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Studies show that agroforestry systems diminish the impacts of climate change on coffee production, improve yields, and allow farmers to cultivate additional plants for extra income.

 

Originally published in em Mongabay
by 
Photo: Henrique Saunier

 

After nearly giving up on their coffee plantations, farmers in Apuí, in Brazil’s Amazonas state, have turned to a different farming model. Through agroforestry, they have found they can both generate an income and keep the forest standing. Apuí is among the top 10 municipalities in terms of deforestation rates in the Brazilian Amazon, driven by the growth of the cattle industry.

Introduced in 2012 with support from the Institute for Conservation and Sustainable Development of the Amazon (Idesam), Café Apuí Agroflorestal is the first coffee to be grown in an agroecology system in the state of Amazonas. The system has not only prevented cattle pastures from taking over old coffee plantations, but also doubled productivity in the region.

When Idesam kicked off its project, farmers in the region were producing an average yield of eight bags of coffee beans per hectare, much lower than the municipality’s potential. Today, the average harvest is 15 bags per hectare, and that number could grow to 25 bags per hectare.

“Today we have 30 families farming 50 hectares [124 acres] of coffee in an agroforestry system. But the potential is gigantic,” says Marina Yasbek Reia, director of the Café Apuí Agroflorestal project.

“We used to harvest just a little and sell cheap — hardly earned anything,” says Ronaldo de Moraes, one of the farmers enrolled in the project. “Now, we sell at higher prices and things are a little better. We can buy what we need to care for our crops and buy things for our homes, like a refrigerator or a stove.

“I’m happy,” he adds. “There are a lot of people working in this same project and everyone is happy. We earn a little money, you know? It’s a lot of work, but it’s really worth it.”

Abandoned plantations offer opportunity

Located alongside the Trans-Amazonian Highway near the border with the state of Rondônia, Apuí became a municipality in 1987 through the development projects implemented under Brazil’s military dictatorship. Five years earlier, the Rio Juma Settlement Project had been created in the region, the largest in Latin America at the time. Settlers from all over Brazil flocked to the region to claim large swaths of open territory. The first groups of migrants came from the state of Paraná and were followed by people from other states in southern Brazil.

Many settlers already knew about coffee farming and brought with them their conventional monoculture farming systems: large treeless plots flooded in sunlight, with pesticides in the mix. For some 20 years, coffee production was strong in Apuí. But the inevitable degradation of the soil caused farmers to begin abandoning their plantations around 2012. “Without spending money on supplies, without constant technical support and, especially, without tropical technology or that more compatible with the Amazonian climate, the soil became worn out,” Reia says. “Our soil is acidic, so if you don’t work at it, you don’t get any coffee here.”

When the experts from Idesam arrived in the region, they saw an opportunity. Patches of forest had sprung back up in the abandoned plantations, supplying organic material to the soil and shade for the fruit trees. Coffee plants, in particular, adapt well to low light. As a result, the abandoned plantations were healthier than those being farmed by traditional methods.

This led the specialists to create a coffee farming model in Apuí based on the agroforestry system, where a mix of crops is cultivated together with other plant species. In the beginning, each farmer received funding to rehabilitate a hectare (2.5 acres) of coffee plantation, which included the distribution of 10,000 seedlings of native Amazonian plant species over the first two years. Among them were trees that could be used for wood, like jatobá and mahogany, and those that could be harvested for their fruit and seeds, including cocoa, açaí, Brazil nut, carapa and copaíba. This gives the farmers an extra source of income beyond what they make from coffee.

Like the forest ecosystem that it mimics, the Apuí agroforestry coffee project feeds into a wider network. Cidades Florestais, also developed by Idesam with support from the Amazon Fund, is aimed at producing essential and vegetal oils from native plant species. Six mini oil extraction facilities have been established in Amazonas, one of them recently inaugurated in Apuí, which will buy andiroba, copaíba and other aromatic plant species being grown by the coffee farmers.

The Café Apuí Agroflorestal project is funded by WWFWeForest and, most recently, reNature. With a contribution of 300,000 euros ($36,400) from reNature in October, the goal is to expand the project by adding up to 200 family farmers over the next three years. Today, farmers joining the initiative receive continuous technical support and subsidies of up to 15,000 reais ($2,800) in the form of supplies, seedlings, machinery and services. Idesam’s goal is to make the project self-sufficient so that the sales of the coffee produced can cover the investments, which today come from private partners.

The supply chain for the project links the farmers to a greenhouse that supplies native seedlings, and a local roasting plant that roasts, grinds and packages the coffee. To get the coffee to market, a startup called Amazônia Agroflorestal was created. Today, Café Apuí is sold in many Brazilian states, with the widest distribution in Amazonas and São Paulo, and has been exported twice to Dutch firm Euro Caps, which produces coffee capsules for the popular Nespresso machine.

 

Socioenvironmental coffee plantations

“We want to grow while maintaining our connection with the landscape,” project director Reia says. “We will involve more families in the project because we want to create agroforestry corridors to connect the fragments [of the rainforest]. This is very important.”

Among the benefits of agroforestry are the protection of biodiversity, soil enrichment, reduced erosion, preservation of water quality, and diminished climate change effects.

“Our soil became richer,” says de Moraes, the farmer. “In conventional [farming], we would spread poison [herbicides] to clear off vegetation. That was already damaging the soil, which was always bare, it didn’t have that dry covering of natural compost. This meant the plant’s roots were exposed to the sun. Today the roots are covered by those dry leaves that hold in more humidity. The coffee is more beautiful and we have higher yield.”

Reia says investing in social development for small rural farmers in Apuí is one way to fight back against the advance of the cattle ranchers. Apuí is among the Amazonian municipalities experiencing the highest rates of deforestation, largely through slash-and-burn clearing. There were 837 fire outbreaks between January and July 2020, according to date from Brazil’s space agency, the highest number in the last 10 years. In July, Apuí was the municipality with the most fires inside the states that make up the Brazilian Amazon. In 2019, it was among the top 10 municipalities by deforestation rate in the Brazilian Amazon.

“Families need to have the conditions to stay on the land, because if they stay on the land, they are a conservation factor,” Reia says. “If they leave their farms, land grabbers soon move in and then trees are cut to make extensive pasture. Then it’s really tragic, the sad situation here in southern Amazonas, in Apuí which is becoming a new forefront for deforestation. The squatters work to connect small plots, cut down the trees and make pasture.”

Agroforestry diminishes the impacts of climate change

The impact of climate change on coffee production is already well-documented. A 2015 study warned that rising temperatures and changes in rainfall patterns would diminish the productivity of arabica coffee (Coffea arabica) worldwide, reduce quality, and increase pressure from pests and disease.

In an analysis of coffee-farming regions in the Brazilian states of Minas Gerais and Espírito Santo, a study published last year by researchers at Wageningen University in the Netherlands and Universidade Federal de Viçosa (UFV) in Minas Gerais concluded that climate change could result in great loss of land suitable for farming arabica coffee by 2050. The study also showed, however, that the loss can be reduced with the use of agroforestry systems.

“Arabica coffee produces well in a very restricted temperature range averaging between 18 and 23 degrees Celsius [64°-73° Fahrenheit] over the year,” says Lucas de Carvalho Gomes, one of the study’s authors and a Ph.D. candidate at UFV. “However, the planting of trees together with the coffee creates a microclimate that can diminish maximum temperatures by up to 5 degrees [9°F]. Aside from modifying the microclimate, the trees also increase environmental services like pollination and natural pest controls. They also help recycle nutrients through deposit of leaves and branches on the ground.”

Robusta coffee, the kind grown in Apuí, is also sensitive to temperature change. A study published in Global Change Biology looked at coffee production on nearly 800 farms in Southeast Asia over a 10-year period and suggested that the ideal temperature for robusta coffee is 20.5°C (69°F). Higher temperatures mean lower yield for this variety, which represents 40% of global coffee production.

As both varieties of coffee are sensitive to climate change, there’s a growing acknowledgement of and appreciation for agroforestry in producing coffee. (The popular “shade-grown” coffee is an example of agroforestry-produced beans.) Nestlé, the instant-coffee giant, has since 2014 invested via its Nespresso brand in a partnership with the entrepreneurial collective Pur Project to implement agroforestry planting with coffee farmers.

In Brazil, the world’s largest coffee producer, most plantations still rely on conventional farming methods on treeless land, with the plants exposed to full sunlight.

“Coffee production in an agroforestry system requires greater care on the part of the farmer to regulate the amount of sun the coffee plants receive at certain times of the year,” says UFV’s Gomes. “As sunlight varies depending on latitude, each system must be designed according to the characteristics of the property and the forest species that the farmer chooses to use. The lack of coffee farmers’ knowledge about practices that can lead to successful production of coffee in an agroforestry system is also a roadblock to the growth of [this system] in Brazil.”

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