Por Izamir Barbosa e Samuel Simões Neto –
O fortalecimento das associações comunitárias nos assentamentos da Reforma Agrária é essencial para a melhoria da qualidade de vida da população em geral, uma vez que possibilita uma atuação mais forte junto aos órgãos do governo responsáveis. As dificuldades encontradas não são poucas: faltam conhecimentos técnicos e de gestão, o acesso a linhas de financiamento é difícil e até mesmo a infraestrutura disponível impossibilita a realização de reuniões, encontros e cursos de capacitação.
No segundo semestre de 2015, o Idesam fortaleceu a atuação junto às associações de moradores locais. Por meio do Projeto ATES, desenvolvido em parceria com o Incra, foram conquistados recursos para que os assentamentos de Cuieiras Anavilhanas e Tarumã Mirim pudessem investir em uma melhor infraestrutura para suas associações.
Uma das organizações beneficiadas foi o Conselho Geral de Associações do Tarumã Mirim. Para o presidente da entidade, Cleonaldo Costa, além de beneficiar as atividades coletivas, que eram realizadas sempre em locais abertos, a nova sede será uma “referência física para atender aos presidentes de associações comunitárias”.
“Os recursos do Projeto ATES possibilitaram a compra dos materiais necessários; enquanto a mão de obra do serviço foi uma contrapartida dos próprios comunitários. Foi um trabalho de equipe; até as esposas dos assentados participaram na preparação do almoço e dos lanches”, descreve o técnico extensionista Robert Viana, que integra a equipe do Idesam.
Os mutirões de construção também foram realizados na comunidade Nova Aliança, do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Cueiras Anavilhanas. Diferente do Conselhão, o projeto de sede da Associação Rural Agrícola dos Moradores da Comunidade Nova Aliança do Rio Apuau foi construído a partir do zero.
“A comunidade Nova Aliança foi criada recentemente e ainda não possuía instalações adequadas, contando apenas com uma escola e uma casa de apoio em péssimas condições de uso. O presidente da associação nos procurou, visando apoio do Projeto ATES para construção de uma sede”, explica a economista Ana Carolina Bastida, técnica extensionista do Idesam.
Além da equipe técnica do Idesam, os assentados contaram também com apoio do Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ e da igreja local. Foram realizados dois grandes mutirões para a obra e a continuidade dos trabalhos ficou por conta dos próprios assentados. A previsão é que a sede seja inaugurada até fevereiro de 2016.
